quarta-feira, 20 de maio de 2015

Crochetagem Fisioterapêutica


            

A crochetagem foi fundada pelo fisioterapeuta sueco Kurt Ekman, que trabalhou na Inglaterra ao lado do Dr. James Cyriax durante os anos que sucederam a segunda guerra mundial. Frustrado devido ao limite palpatório das técnicas convencionais, inclusive da massagem transversa profunda de Cyriax, Ekman elaborou progressivamente uma série de ganchos e uma técnica de trabalho específica. Sua reputação foi desenvolvida depois de obter sucesso no tratamento de algias do nervo de Arnold, de epicondilites rebeldes e de tendinites do tendão de Aquiles. Sua técnica tinha uma abordagem direta e agressiva, sendo assim, dolorosa. Isto prejudicou durante muito tempo a aplicação da técnica. P. Duby e J. Burnotte se inspiraram no conceito de cadeias musculares e da filosofia da osteopatia e desenvolveram uma abordagem mais suave, através da diafibrólise percutânea, técnica esta, que foi aperfeiçoada com o passar do tempo.


O material utilizado para a sua aplicabilidade é um gancho de aço, com duas extremidades, uma extremidade com uma curvatura maior e a outra com uma curvatura menor, para melhor se adaptar as estruturas a serem tratadas. Cada curvatura acaba em uma espátula que tem por objetivo reduzir a pressão exercida sobre a pele. Cada espátula apresenta uma superfície externa convexa e uma superfície interna plana. A função da superfície plana do gancho é melhorar a interposição da espátula entre os planos tissulares profundos inacessíveis aos dedos do terapeuta, permitindo a crochetagem das fibras conjuntivas delgadas dos corpúsculos fibrosos, em vista de uma mobilização seletiva. A técnica é indolor, e divide-se em três etapas: palpação digital, palpação instrumental e fibrólise. A palpação digital consiste na compressão da pele com a mão esquerda sobre a área a ser tratada; a palpação instrumental é realizada com o gancho, onde, dependendo da área, se escolherá o melhor lado do gancho a ser utilizado (maior ou menor), é realizada colocando-se a espátula do gancho junto ao dedo indicador da mão esquerda; a fibrólise é uma tração complementar feita com a mão que segura o gancho. Também é realizada uma raspagem superficial na estrutura anatômica a ser tratada, sendo indicada nas áreas de inserções ligamentares e tendíneas. A drenagem consiste em um deslizamento superficial na região com o lado do gancho maior, promovendo um relaxamento e aumento do aporte sanguíneo local. A Crochetagem Mio-Aponeurótica otimiza uma menor aderência e fibrose entre os diferentes planos de deslizamento dos músculos, tendões, ligamentos e nervos, devolvendo a mobilidade e as funçãos normais dessas estruturas. Através do conhecimento fino em anatomia palpatória e a aplicação dos crochets sobre a pele, o profissional poderá obter melhores resultados. A técnica tem como objetivo dissolver os cristais de oxalato de cálcio que se acumulam em diferentes pontos da musculatura e impedem o deslizamento normal das capas musculares e melhorar os movimentos de deslizamento entre as fáscias. Como ação mecânica, atua nas cicatrizes que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento tissulares. É indicada para qualquer disfunção articular, músculo-tendinea que leve a uma fibrose ou formação de aderências: tendinopatias, dores musculares, contraturas musculares e qualquer patologia seguida de retração ou fibrose das fáscias aponeurôticas. A Técnica torna-se contra-indicada em todas as afecções dermatológicas, especialmente naquelas que causam fragilidade da pele.








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BAUMGARTH, H. Apostila do Curso de Crochetagem, 2010.

www.crochetagem.com

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